Estive, ontem, em Praia do Forte...fiquei abismada. Embora alguns amigos já tivessem comentado sobre a enorme movimentação de turistas, só tive a real dimensão do fato ao ver, com meus próprios olhos (se é possível ver senão com eles mesmos), um autêntico exemplar do que se costuma chamar Turismo de Massa. Mais que o grande fluxo de visitantes, nacionais e estrangeiros (estes principalmente), o que mais me impressionou foi o acelerado processo de urbanização local. Eu, que tive a oportunidade de conhecer Praia do Forte praticamente virgem, em seu esplendor de autenticidade natural e cultural, não pensei em tamanha velocidade de crescimento. Alerto que não se trata de saudosismo, são apenas memórias. Quem me visse, olhando de um lado para outro, avaliando tudo, meio que boquiaberta, poderia até pensar que se tratava de uma turista, de procedência bem interiorana, desacostumada com esses ambientes. Efetivamente, a “civilização” chegou lá com toda força: são tantos condomínios de chalés e villages, tantas lojinhas, bares e restaurantes, quiosques, hotéis e pousadas, caixas eletrônicos etc. Os espaços públicos são cada vez mais restritos: loteou-se tudo, até o acesso à praia, hoje, é mais difícil. Não restam dúvidas: Praia do Forte é uma aldeia global. Ali, vê-se, fala-se e ouve-se de tudo um pouco. O acesso é até razoável, de um paisagismo interessante, porém, em se tratando de estacionamento, a situação complica...e como! Pareceu-me faltar planejamento e organização espacial. Ao menos em relação a outras localidades do Litoral Norte, há um maior controle de estacionamento dos veículos nas ruas, apresentando, inclusive, sinalização. Em Jauá e Jacuípe, está praticamente inviável transitar de carro: as ruas (diga-se, becos) são estreitas, os motoristas estacionam seus veículos em ambos os lados, em uma clara demonstração de falta de consciência cidadã, e, para variar, não há fiscalização. Com tristeza, vi muita sujeira, lixo acumulado e espalhado pelas ruas, nos jardins...definitivamente, a “civilização” aportou para lá ficar, deixando seu poderoso rastro. Fiquei pouco tempo, não podendo, por isso, fazer uma apreciação pessoal acerca do aspecto cultural, mas pude perceber, enquanto percorria o vilarejo, um dos mais evidentes sinais de homogeneização cultural: o artesanato dito local não difere, em quase nada, do encontrado em muitas localidades por que passei, inclusive o que é comercializado nas praias de Salvador e no próprio Centro Histórico. Saí de lá com uma forte sensação: como uma quase profissional de Turismo, fiquei devendo uma visita mais consistente. Mas não faltarão oportunidades...que seja logo!
sábado, 3 de novembro de 2007
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