Num primeiro instante, podemos pensar, ainda que de modo apressado, que a noção de especialização do mercado e de mão-de-obra é um advento do mundo contemporâneo, ou ainda, que nunca fora antes pensada. Porém, esta é uma temática cara à sociologia do século XIX, sobretudo nas figuras de Weber, Simmel e Dürkheim. Bem, talvez, estes nomes assustem aqueles leitores preguiçosos ou aqueles que não estão acostumados a uma discussão teórico-sociológica. De todo modo, não é esse o objetivo aqui do texto, por outro lado, não posso ficar restrito a não comentar sobre as fortes contribuições que tais pensadores trouxeram a esta discussão. Digo isso porque o texto anterior de Dulce é um excelente exemplo para mostrar como algumas concepções sociológicas estão espraiadas no discurso dito prático, a exemplo do “sistema aberto”.
Pois bem, adentremos na seara do tão problemático e raso estudo de marketing. Esta palavra se tornou um tanto mágica no mundo de hoje e, para piorar, ela geralmente aponta táticas e concepções dadas como receitas de bolo. Os estudos de marketing comportam uma mediocridade tão abissal que chega a ser débil. Uma vez imerso em duas graduações em Comunicação Social, sou um indivíduo que está esgotado com a área de marketing, aliás, parece que a comunicação está, cada vez mais, presa ao ramo do marketing. Para além desta crítica a esse excesso do marketing, considero interessante abordar aquilo que Dulce e os estudiosos da área chamam de nichos de mercado. Isso nada mais significa que um mercado especializado em algum ramo de atividade. É curioso observar como isso data de séculos, pois, desde a corte de Luís XIV, a França reconheceu a especialidade de atividades de alto luxo, desde a sapataria até a cozinha. Portanto, essa euforia do marketing nada mais é do que a simplificação de estudos.
O que talvez encante neste discurso de nichos de mercado é a capacidade que as empresas possuem para desenvolver mais e mais mercados. Ou pior, a capacidade sedutora que este discurso de marketing possui. Aliás, basta lembrarmos da exacerbada ode que se faz, atualmente, aos ditos marqueteiros. Na verdade, muitos creditam a vitória de uma empresa num determinado mercado a partir destes seres enviados dos céus. A grande astúcia do marketing é uma só: desenvolver constantes pesquisas a respeito do mercado consumidor. Como afirmam os estudiosos da área, “devemos conhecer, cada vez mais, o consumidor nos seus aspectos psicológicos”, ou seja, os anseios dos mesmos. A grande lástima é que isso seja ratificado por um tom de aparente novidade.
Por fim, gostaria de saber até que ponto esta ode pela especialização de serviços e mercados chegará. Por mais que estejamos imersos num mundo líqüido, para parafrasear Bauman, em que a expectativa e o anseio individual sejam reinantes, considero que isto pode beirar o absurdo. Aliás, uma coisa que me causou uma grande curiosidade, como seria um turismo virtual?!? A satisfação de um cliente deveras exigente e especializado pode ocasionar coisas interessantes e bizarras, como a morte de adepto da zoofilia nos EUA. Ao passo que Simmel compreende a especialização como a tragédia da cultura, os estudos de marketing observam isso como a salvação do mercado.
Pois bem, adentremos na seara do tão problemático e raso estudo de marketing. Esta palavra se tornou um tanto mágica no mundo de hoje e, para piorar, ela geralmente aponta táticas e concepções dadas como receitas de bolo. Os estudos de marketing comportam uma mediocridade tão abissal que chega a ser débil. Uma vez imerso em duas graduações em Comunicação Social, sou um indivíduo que está esgotado com a área de marketing, aliás, parece que a comunicação está, cada vez mais, presa ao ramo do marketing. Para além desta crítica a esse excesso do marketing, considero interessante abordar aquilo que Dulce e os estudiosos da área chamam de nichos de mercado. Isso nada mais significa que um mercado especializado em algum ramo de atividade. É curioso observar como isso data de séculos, pois, desde a corte de Luís XIV, a França reconheceu a especialidade de atividades de alto luxo, desde a sapataria até a cozinha. Portanto, essa euforia do marketing nada mais é do que a simplificação de estudos.
O que talvez encante neste discurso de nichos de mercado é a capacidade que as empresas possuem para desenvolver mais e mais mercados. Ou pior, a capacidade sedutora que este discurso de marketing possui. Aliás, basta lembrarmos da exacerbada ode que se faz, atualmente, aos ditos marqueteiros. Na verdade, muitos creditam a vitória de uma empresa num determinado mercado a partir destes seres enviados dos céus. A grande astúcia do marketing é uma só: desenvolver constantes pesquisas a respeito do mercado consumidor. Como afirmam os estudiosos da área, “devemos conhecer, cada vez mais, o consumidor nos seus aspectos psicológicos”, ou seja, os anseios dos mesmos. A grande lástima é que isso seja ratificado por um tom de aparente novidade.
Por fim, gostaria de saber até que ponto esta ode pela especialização de serviços e mercados chegará. Por mais que estejamos imersos num mundo líqüido, para parafrasear Bauman, em que a expectativa e o anseio individual sejam reinantes, considero que isto pode beirar o absurdo. Aliás, uma coisa que me causou uma grande curiosidade, como seria um turismo virtual?!? A satisfação de um cliente deveras exigente e especializado pode ocasionar coisas interessantes e bizarras, como a morte de adepto da zoofilia nos EUA. Ao passo que Simmel compreende a especialização como a tragédia da cultura, os estudos de marketing observam isso como a salvação do mercado.
Um comentário:
Oi Dulce e Victor!
Gostei do blog. Parabéns pela iniciativa e pelos textos. Vou sempre passar por aqui. Bjos
Postar um comentário