
Quem, entre nós, não quer ser, mesmo que por alguns instantes, turista? Mudar de ares, conhecer novos lugares, pessoas e culturas diferentes, satisfazer curiosidades, fazer amigos, experimentar uma outra culinária, quem sabe uma nova paixão? São imensas as possibilidades de relaxar, aventurar-se, entreter-se, realizar desejos e sonhos... Sim, porque é exatamente isso que, pelo menos a maioria das pessoas, quando em viagem de “férias”, busca. Afinal, em muitos casos, são meses, e até anos, de poupança e acúmulo de expectativas até que o fato se concretize.
Por isso, é tão grande a responsabilidade de quem trabalha na atividade turística. O estudo e a prática profissional do Turismo devem ter caráter sistêmico, tendo em vista que a atividade envolve relações ambientais de naturezas diversas e de elevada complexidade: econômicas, políticas, sociais, ecológicas, culturais. Assim, pode-se perceber que seu crescimento depende de uma série de variáveis, as quais devem ser focalizadas mais sob o aspecto qualitativo que quantitativo. Compreender o Turismo como um sistema aberto nos conduz ao entendimento de que, embora a atividade tenha limites de expansão, sua sustentabilidade é sempre possível.
Toda a cadeia produtiva – meios de hospedagem, bares e restaurantes, transportes, comércio, centros artesanais e culturais, postos de informação turística, serviços públicos etc – deve estar devidamente capacitada ao atendimento e satisfação das necessidades dos visitantes, mas deve, prioritariamente, buscar superar suas expectativas, surpreendê-los, de modo que se tornem clientes habituais. Além disso, turistas satisfeitos costumam ser uma das menos dispendiosas estratégias de promoção para um empreendimento e/ou destino turístico.
Não podemos esquecer que uma viagem, desde sua idealização até sua efetivação, envolve um importante processo: a decisão de compra, ou seja, decidir gastar para obter uma satisfação, seja ela material ou imaterial. Cabe aqui uma importante ressalva: a compra de um bem ou serviço turístico tem uma singularidade: sua satisfação é bem mais difícil de mensurar, tendo em vista que o turista está adquirindo algo de forte valor simbólico (mesmo que de natureza tangível) – uma fantasia, um sonho, uma esperança, uma expectativa, às vezes uma ilusão. Saliente-se, também, que a produção e o consumo do produto turístico são simultâneos, não permitindo testes prévios ou devolução. Em virtude disso, requer, da parte do turista potencial, certos cuidados e disponibilidade para renunciar, pois, certamente, algumas de suas vontades ou exigências não poderão ser atendidas, por razões as mais diversas.
Hoje, os clientes são mais exigentes. Visam à aquisição de produtos e serviços de qualidade a preços mais acessíveis. Demandam, cada vez mais, vantagens: custos mais baixos, prazos mais dilatados, “upgrade” de categoria (em hotelaria e na aviação aérea, principalmente), bonificações. Tendo em vista a dinamicidade e a forte competitividade do mercado turístico, as empresas estão em constante adaptação e renovação de estratégias, de modo a desenvolver uma administração de “marketing” competente, que garanta a satisfação dos clientes.
Um dos mais modernos e eficientes conceitos de “marketing”, a segmentação de mercado se mantém como uma forte tendência em tempos de globalização, pois constitui um instrumento poderoso, capaz de fornecer subsídios à percepção e compreensão do mercado: entende-se que os consumidores, reais e potenciais, são diferentes em termos de necessidades e desejos, embora também partilhem hábitos e interesses comuns. É assim que surgem os ditos “nichos de mercado”.
O Turismo é um dos mercados mais segmentados da economia atual, seja em âmbito local, regional, nacional ou global. De acordo com a vocação turística e o poder de atração dos destinos, BENI (2003) destaca as seguintes modalidades de Turismo: de lazer e entretenimento ou recreação, ecológico, ecoturismo, rural, agroturismo, de aventura, hidrotermal (climático e paisagístico), desportivo, cultural, étnico-histórico-cultural, temático, educacional, científico, religioso, de eventos, de negócios, de incentivos, urbano, de megaeventos, de saúde, esotérico ou esoturismo, de vinhos ou enoturismo, de habitação, sexual, alternativo, de jogo ou cassinismo, da melhor idade e, mais recentemente, o virtual.
Oportunamente, gostaria de evidenciar outras possibilidades de prática turística, o turismo especializado para “novos” segmentos de consumo, formados por grupos sociais que, a despeito de toda a evolução cultural por que temos passado em termos de conceitos e valores, permanecem, ainda hoje (mesmo que em escala menor), coagidos socialmente, sendo, muitas vezes, podados de seus direitos. Atualmente, já participam mais livre e espontaneamente do amplo e variado mercado de viagens. Entre eles, estão o Turismo GLBT – gays, lésbicas, transformistas e simpatizantes, o Turismo Naturista (inclusive os admiradores da flora e da fauna, que desejam a observação de pássaros, borboletas, insetos diversos etc, bem como os fotógrafos da natureza), o Turismo “Single” (pessoas sós, que buscam companhia ou novos relacionamentos sociais) e o Turismo para portadores de necessidades especiais, com demanda de espaços, instalações e equipamentos adequados à sua acessibilidade e circulação.
Independentemente de sua especialização, é importante ter em mente que, como atividade de forte impactação socioeconômica, o Turismo demanda, tanto da parte de gestores públicos e privados, quanto dos profissionais envolvidos, um planejamento estratégico amplo, consistente e participativo, enfatizando a formulação de diretrizes de desenvolvimento, para o que é de fundamental relevância a elaboração de um plano integral de “marketing”. Porém, que fique claro: embora tenha se originado com vistas à satisfação das necessidades de mercado, o “marketing” – ou, resumidamente, estudo de mercado - não está limitado a bens materiais de consumo, sendo muito utilizado também para a “venda de idéias”.
Fonte:
BENI, Mário C. Análise Estrutural do Turismo. 8 ed. São Paulo: Editora Senac, 2003. p. 428-439.
P.S.: Imagesn retiradas do Google Images.
Por isso, é tão grande a responsabilidade de quem trabalha na atividade turística. O estudo e a prática profissional do Turismo devem ter caráter sistêmico, tendo em vista que a atividade envolve relações ambientais de naturezas diversas e de elevada complexidade: econômicas, políticas, sociais, ecológicas, culturais. Assim, pode-se perceber que seu crescimento depende de uma série de variáveis, as quais devem ser focalizadas mais sob o aspecto qualitativo que quantitativo. Compreender o Turismo como um sistema aberto nos conduz ao entendimento de que, embora a atividade tenha limites de expansão, sua sustentabilidade é sempre possível.
Toda a cadeia produtiva – meios de hospedagem, bares e restaurantes, transportes, comércio, centros artesanais e culturais, postos de informação turística, serviços públicos etc – deve estar devidamente capacitada ao atendimento e satisfação das necessidades dos visitantes, mas deve, prioritariamente, buscar superar suas expectativas, surpreendê-los, de modo que se tornem clientes habituais. Além disso, turistas satisfeitos costumam ser uma das menos dispendiosas estratégias de promoção para um empreendimento e/ou destino turístico.
Não podemos esquecer que uma viagem, desde sua idealização até sua efetivação, envolve um importante processo: a decisão de compra, ou seja, decidir gastar para obter uma satisfação, seja ela material ou imaterial. Cabe aqui uma importante ressalva: a compra de um bem ou serviço turístico tem uma singularidade: sua satisfação é bem mais difícil de mensurar, tendo em vista que o turista está adquirindo algo de forte valor simbólico (mesmo que de natureza tangível) – uma fantasia, um sonho, uma esperança, uma expectativa, às vezes uma ilusão. Saliente-se, também, que a produção e o consumo do produto turístico são simultâneos, não permitindo testes prévios ou devolução. Em virtude disso, requer, da parte do turista potencial, certos cuidados e disponibilidade para renunciar, pois, certamente, algumas de suas vontades ou exigências não poderão ser atendidas, por razões as mais diversas.
Hoje, os clientes são mais exigentes. Visam à aquisição de produtos e serviços de qualidade a preços mais acessíveis. Demandam, cada vez mais, vantagens: custos mais baixos, prazos mais dilatados, “upgrade” de categoria (em hotelaria e na aviação aérea, principalmente), bonificações. Tendo em vista a dinamicidade e a forte competitividade do mercado turístico, as empresas estão em constante adaptação e renovação de estratégias, de modo a desenvolver uma administração de “marketing” competente, que garanta a satisfação dos clientes.
Um dos mais modernos e eficientes conceitos de “marketing”, a segmentação de mercado se mantém como uma forte tendência em tempos de globalização, pois constitui um instrumento poderoso, capaz de fornecer subsídios à percepção e compreensão do mercado: entende-se que os consumidores, reais e potenciais, são diferentes em termos de necessidades e desejos, embora também partilhem hábitos e interesses comuns. É assim que surgem os ditos “nichos de mercado”.
O Turismo é um dos mercados mais segmentados da economia atual, seja em âmbito local, regional, nacional ou global. De acordo com a vocação turística e o poder de atração dos destinos, BENI (2003) destaca as seguintes modalidades de Turismo: de lazer e entretenimento ou recreação, ecológico, ecoturismo, rural, agroturismo, de aventura, hidrotermal (climático e paisagístico), desportivo, cultural, étnico-histórico-cultural, temático, educacional, científico, religioso, de eventos, de negócios, de incentivos, urbano, de megaeventos, de saúde, esotérico ou esoturismo, de vinhos ou enoturismo, de habitação, sexual, alternativo, de jogo ou cassinismo, da melhor idade e, mais recentemente, o virtual.
Oportunamente, gostaria de evidenciar outras possibilidades de prática turística, o turismo especializado para “novos” segmentos de consumo, formados por grupos sociais que, a despeito de toda a evolução cultural por que temos passado em termos de conceitos e valores, permanecem, ainda hoje (mesmo que em escala menor), coagidos socialmente, sendo, muitas vezes, podados de seus direitos. Atualmente, já participam mais livre e espontaneamente do amplo e variado mercado de viagens. Entre eles, estão o Turismo GLBT – gays, lésbicas, transformistas e simpatizantes, o Turismo Naturista (inclusive os admiradores da flora e da fauna, que desejam a observação de pássaros, borboletas, insetos diversos etc, bem como os fotógrafos da natureza), o Turismo “Single” (pessoas sós, que buscam companhia ou novos relacionamentos sociais) e o Turismo para portadores de necessidades especiais, com demanda de espaços, instalações e equipamentos adequados à sua acessibilidade e circulação.
Independentemente de sua especialização, é importante ter em mente que, como atividade de forte impactação socioeconômica, o Turismo demanda, tanto da parte de gestores públicos e privados, quanto dos profissionais envolvidos, um planejamento estratégico amplo, consistente e participativo, enfatizando a formulação de diretrizes de desenvolvimento, para o que é de fundamental relevância a elaboração de um plano integral de “marketing”. Porém, que fique claro: embora tenha se originado com vistas à satisfação das necessidades de mercado, o “marketing” – ou, resumidamente, estudo de mercado - não está limitado a bens materiais de consumo, sendo muito utilizado também para a “venda de idéias”.
Fonte:
BENI, Mário C. Análise Estrutural do Turismo. 8 ed. São Paulo: Editora Senac, 2003. p. 428-439.
P.S.: Imagesn retiradas do Google Images.
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