sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Nizan Guanaes: "o futuro da Bahia é o turismo"


Bem, a partir do próprio título desta postagem, podemos perceber qual é o grande objeto da mesma. Logicamente, não estamos aqui para transcrever a tão medíocre palestra de Nizan Guanaes, no encontro "Conexões Bahia - Século XXI", que ocorreu internamente às paredes do Teatro Castro Alves - TCA, no dia 10/09. Por outro lado, deixar passar em branco, neste blog, algum comentário sobre a mesma seria uma injúria, já que o marqueteiro falou sobre perspectivas para a Bahia.

Logicamente, a grande centralidade do discurso, sempre que possível homenageado com palmas e por autoridades do Estado da Bahia, foi a questão do Turismo. Por outro lado, podemos perceber que nada de novo foi dito por Nizan Guanaes. Uma palestra que qualquer um de nós poderia proferir sobre a perspectiva turística da Bahia. Afirmar que este Estado é uma potência para o Turismo não é, de forma alguma, uma novidade. Aliás, basta lembrarmos que o discurso político acerca da “baianidade” começou por conta desse fomento do Turismo baiano. Infelizmente, não cheguei no momento em que o professor Albergaria (conhecedor da “baianidade” e movido pelo senso de escracho) proferia palavras sobre a figura de Nizan Guanaes e seu intento de uma Bahia pró-turística. De fato, foi uma lástima, é sempre bom ver Albergaria tecendo suas farpas contra as pessoas, um belo motivo para darmos risada. Permitam-me voltar ao cerne da questão. Pois bem, gostaria que Nizan Guanaes falasse algo mais profundo acerca do Turismo na Bahia e não apenas afirmasse o óbvio. Quem não sabe que este Estado é precário no ensino de história, que não damos atenção às belezas daqui e todo o blá blá blá que já estamos acostumados? Na verdade, creio que a grande "novidade" de Nizan Guanaes foi propor um desenvolvimento do Turismo no Estado da Bahia que extrapolasse a questão da politicagem. O modelo proposto pelo marqueteiro era unir forças políticas e privadas em prol do desenvolvimento da Bahia.

Mostrando-se um pífio conhecedor dos restaurantes populares da Bahia, Nizan Guanaes disse que não bastava apenas desenvolver os bons restaurantes como o Trapiche Adelaide (voltado para uma fatia ínfima da população local), mas que também até mesmo o Paraíso Tropical deveria ser colocado sob o foco. Ele esquece que o Paraíso Tropical também é um restaurante voltado para uma pequena parcela da população local, uma vez que a média de preço de um prato é de R$ 60,00. Então, é exatamente esta uma das grandes questões deste texto. Desenvolver uma Bahia pró-turística apenas salientando os aspectos potenciais do Estado sem dar um retorno à população é algo de absurdo. Ademais, como fazer da Bahia um Estado pró-turístico, se a questão da educação foi discutida a partir do simples mote: "devemos dar educação para esse povo, fazê-lo conhecer a história...". Seria isso algo tão simples assim?

Por fim, o que notamos na palestra de Nizan Guanaes foi algo que ele realmente sabe fazer: marketing. O problema é que a palestra foi uma estratégia de marketing pessoal para o palestrante, uma vez que ele trouxe música para o centenário de Dona Canô e também exibiu suas belas publicidades. Deveríamos analisar a postura destes comunicadores. Não basta que falemos o óbvio, devemos mostrar como operacionalizá-los. O pior de tudo é observar uma platéia de jovens deslumbrados com as palavras do marqueteiro. Aplaudamos!


P.S.: Imagem retirada do Google Images.


Um comentário:

Anônimo disse...

morro de raiva de gente que fala o óbvio, tb.
ele não tem muito o que falar, na verdade, né?