quinta-feira, 4 de outubro de 2007

A Força Econômica, Social e Cultural do Turismo (3)

Na Bahia, a Secretaria Estadual de Turismo – SETUR (criada pelo atual governo, em dezembro de 2006, fruto do desmembramento da ex-Secretaria de Cultura e Turismo) tem por finalidade o planejamento, a coordenação e a execução das políticas de promoção e fomento ao Turismo. Sua estrutura organizacional se compõe de órgãos da administração direta e indireta. Na primeira, estão duas importantes superintendências: a de Investimentos em Pólos Turísticos - SUINVEST e a de Serviços Turísticos - SUSET, além do gabinete do secretário e da diretoria geral. Na outra, está a Empresa de Turismo da Bahia S/A – Bahiatursa, órgão oficial de Turismo do estado, responsável pela coordenação e execução de políticas de promoção, fomento e desenvolvimento da atividade turística, de acordo com as diretrizes governamentais, para o que conta com importantes parcerias com a administração federal e entidades privadas.

A missão da SETUR é “promover o desenvolvimento responsável e sustentável de áreas de interesse turístico, valorizando e preservando o patrimônio natural e cultural do estado, sempre com foco no desenvolvimento econômico e social das comunidades e respeito aos direitos humanos”. É responsável também pela administração e comercialização do Centro de Convenções da Bahia - CCB, entidade voltada à captação de eventos e à prestação de informações turísticas nas diversas localidades do estado.

O cumprimento de suas metas está atrelado a seus programas, entre os quais merecem destaque: (1) Bahia Qualitur – programa de certificação da qualidade, visando à melhoria da qualidade dos serviços oferecidos aos turistas que visitam o estado; (2) o Programa Fidelidade Bahia – que oferece prêmios e recompensas aos freqüentes visitantes do estado, estimulando seu retorno para conhecimento de novas atrações turísticas existentes; (3) o Portal www.bahia.com.br - portal oficial de turismo do estado, contendo todas as informações necessárias para o planejamento de sua viagem à Bahia; (4) o Programa de Capacitação de agentes de Viagens - que visa ampliar o conhecimento dos agentes de viagens acerca dos destinos turísticos do estado; e (5) o Programa de Regionalização - Roteiros do Brasil, juntamente com o Ministério do Turismo - que pretende transformar ações antes centralizadas nos municípios (em atendimento ao não mais vigente Programa Nacional de Municipalização do Turismo – PNMT) em “ações de foco regional”, com vistas a dar mais visibilidade aos destinos tanto no cenário nacional quanto no internacional.

Segundo pesquisas realizadas pela EMBRATUR em conjunto com a SETUR, Salvador possui mais de 2,6 milhões de habitantes, e apresenta-se, hoje, como o terceiro destino turístico do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Tem como os cinco principais países emissores Itália, Estados Unidos, Portugal, Argentina e França; em âmbito doméstico, os principais estados emissores são Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe e Pernambuco. Em âmbito municipal, vinculada à Prefeitura Municipal de Salvador - PMS, é a Empresa de Turismo S/A – EMTURSA, fundada em 1986, o órgão responsável pelo Turismo, com a missão de “fomentar as atividades turísticas, promovendo Salvador como destino nacional e internacional, oferecendo aos visitantes e à comunidade, infra-estrutura e serviço de qualidade, gerando emprego e renda para o município”.

Entre suas competências, destacam-se: (1) Conscientizar a comunidade sobre a importância do turismo para a economia da cidade; (2) Resgatar, promover e proteger os autênticos valores culturais, religiosos, históricos, folclóricos e naturais da cidade do Salvador; (3) Explorar outros potenciais turísticos de Salvador, como: turismo religioso, náutico, cultural, gastronômico, lazer, melhor idade; (4) Estreitar o relacionamento com o “trade” turístico e entidades de ensino superior de turismo; (5) Estabelecer parcerias que viabilizem o aprimoramento da mão-de-obra, melhorando a qualidade dos serviços prestados na cidade. Mas, atualmente, o foco principal desse órgão é o planejamento, a coordenação, o fomento e a execução do Carnaval de Salvador, evento responsável pelo maior fluxo turístico do estado na dita Alta Temporada, concentrada entre os meses de dezembro e março.

Segundo a nova gestão da entidade, as ações prioritárias para o fortalecimento e crescimento do Turismo na cidade do Salvador são: Firmar parcerias e convênios para identificação do perfil e hábitos de consumo dos turistas; Implantar o Projeto Salvador 12 meses, que consiste em realizar ou apoiar grandes projetos ou eventos; Viabilizar parcerias para a revitalização da Península Itapagipana, através da construção de novos hotéis e centro de convenções; Fomentar, junto a investidores, a implantação de hotéis de bandeiras internacionais na cidade; Desenvolver o projeto de pousadas residenciais e viabilizar a implantação do mesmo em parceria com as demais secretarias; Criar parcerias para requalificar a mão-de-obra local; Articular, com demais secretarias, o projeto de revitalização das barracas de praia da orla Urbana; Fomentar a construção de parques temáticos e espaços para shows; Ampliar os postos de informação EMTURSA, especialmente em pontos estratégicos como porto, aeroporto, estação rodoviária; Modernizar o Mercado Modelo, o Elevador Lacerda e o Camping.

Percebe-se que, em termos de intenções, a Bahia e Salvador estão “no caminho certo”. Porém, diante da divulgação de índices econômicos e sociais tão animadores, que os órgãos oficiais insistem em divulgar (com elevados custos, diga-se de passagem) – do tipo “A Bahia cresce mais que a média nacional” - questiono: como se explicam os elevados índices de pobreza no estado? E os assombrosos índices de analfabetismo? E a mais elevada taxa de desemprego do país? Cresceram os investimentos em tecnologia de fiscalização e cobrança de impostos e tributos, mas para onde estão indo estes recursos? A quem tem favorecido essa enorme movimentação financeira? Será que o tão citado “enigma baiano” ( que marcou o início do século XX na Bahia) deixou, algum dia, de existir?

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